Google Cloud: Se governo dos EUA exigir informações, vai receber dados criptografados e ilegíveis
"O dado é do cliente. Só ele pode descriptografar a informação", assegurou Eduardo López, presidente do Google Cloud para a América Latina. Ele também confirmou que não está represando investimentos à espera de política de incentivos do governo no Brasil. "Mas se vier, será bem-vinda".

Ao ser indagado pelo portal Convergência Digital sobre a soberania de dados e da situação do Google – por ser uma empresa norte-americana – diante da situação delicada do embate entre o governo Trump com o governo Lula – o presidente do Google Cloud para a América Latina, Eduardo Lopez, disse que se o governo dos EUA pedir dado de clientes, sejam eles quais forem, e em especial, donos de dados sensíveis como a administração pública, ele vai receber dados criptografados e ilegíveis e a decriptação só poderá ser feita com a autorização formal do cliente.
“Nós pensamos na privacidade do cliente sempre. E não vamos mudar. E sobre a situação entre governos, nós não sentimos, na América Latina, uma preocupação com relação à quebra de confiabilidade dos dados”, pontuou Eduardo Lopez, que veio ao Brasil para participar do Google Cloud Summit Brasil, nesta quarta-feira, 10 de setembro, em São Paulo.
Lopez também revelou que o Google Cloud não está represando investimentos à espera da definição de uma política de incentivos do governo brasileiro para data center. “Se os incentivos vierem, será ótimo. Eles aceleram os investimentos. Mas não estamos esperando. Estamos investindo em infraestrutura para avançar com Inteligência Artificial e Cybersegurança”, adicionou.
E no Google Summit, em São Paulo, a empresa informou que a região de nuvem do Google Cloud em São Paulo hospedará o Trillium, a sexta geração de TPUs e uma das mais eficientes da empresa até o momento em termos de energia.
De acordo com o Google Cloud, Trillium se destaca em treinamento e inferência em escala, alcançando desempenho de computação de pico 4x, taxa de transferência 3x e aumento de 67% na eficiência energética em relação ao seu antecessor.
Segundo a companhia, oferecer essa infraestrutura de IA localmente permitirá que organizações brasileiras executem aplicativos como o Gemini e suas próprias cargas de trabalho de IA com latência ainda menor, o que é essencial para a inferência de IA.
Ao falar sobre o fato de o Google Cloud ser o número 3 no Brasil e na América Latina, Eduardo Lopez diz que a primeira jornada da computação em nuvem ficou muito baseada em infraestrutura, mas, agora, a competição se dará em valor agregado vindo pela inteligência artificial e cibersegurança.
“O passado não define o futuro. Se infraestrutura definiu o passado, o futuro está vindo com serviços de IA, de data analytics e ciber. Éramos número 10 e, agora, somos número 2 em data analytics. Estamos apostando muito em inteligência artificial também. O ranking vai mudar, tenho convicção”, completou Lopez.