
A estratégia de transformação digital da Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) de Minas Gerais está calcada na estruturação na ciência de dados e esta estratégia visa a redefinir o papel do auditor fiscal fortemente influenciado pelas novas tecnologias, apontou Eufrásio Junior, coordenador de inteligência analítica da SEF-MG, no SAS Innovate Tour 2025. “A nossa expectativa é que o novo auditor tenha as capacidades expandidas pelas tecnologias analíticas e agora pelas tecnologias de IA. Este tema está no centro na redefinição do papel e da carreira do auditor”, salientou.
A contribuição da Fazenda enquanto Fisco é indireta na sociedade, mas, ao adotar tecnologias analíticas, Minas Gerais conseguiu aperfeiçoar os mecanismos através de malhas fiscais e aumentou a recuperação de receita.
“Temos um caso bastante concreto e bastante recente que tem a ver com o melhor aproveitamento dos indícios gerados pelas diversas malhas fiscais que a gente elabora. Através da solução de analytics, criamos um set de produtos para otimizar a distribuição entre esses indícios e o corpo fiscal que efetivamente trabalha sobre esses indícios”, contou em entrevista em vídeo ao Convergência Digital.
O resultado desse esforço sobre esses dados levou a um acréscimo na recuperação de receita de 32%, passando de R$ 1,55 bilhão para R$ 2,05 bilhões. “Ou seja, foram R$ 500 milhões recuperados a partir do uso das tecnologias de analytics para otimizar o nosso trabalho, o trabalho da máquina fiscal”, destacou.
Impacto da reforma tributária
Com a aproximação da entrada em vigor da reforma tributária, desafios novos chegam à SEF. “A partir do ano que vem, a gente já começa a ter diversos efeitos dela e analytics tem sido uma grande ferramenta de apoio no nosso caminho de estudar essa nova realidade”, disse, explicando que não se trata só um novo tributo que aparece na reforma.
“A gente diz que houve uma inversão do polo de tributação, o que quer dizer isso? Até então, você tributava na origem, quer dizer, aquele que está vendendo a mercadoria. Agora, o tributado é o consumidor da mercadoria. É claro que esse valor do tributo está no preço e é quem produz que vai acabar recolhendo”, explicou.
O executivo afirmou que estuda a nova lógica e, nesse sentido, ferramentas de análise tem sido fundamentais.