Uso da Ciência de Dados e da Inteligência Artificial multiplicou por 20 nas empresas nacionais em três anos

Pesquisa global da Accenture aponta que 40% das organizações ouvidas no País já adotam os recursos de IA e cloud, enquanto três anos atrás, esse percentual era de apenas 2%.

As empresas prontas para o futuro transformam a forma de execução do trabalho usando um grande volume de dados na tomada de decisão, ampliando as capacidades dos funcionários com o uso de inteligência artificial (IA) e empregando modelos ágeis na força de trabalho, revela estudo global da Accenture. O levantamento, que contou com a participação de 50 companhias com sede no Brasil, analisou os níveis crescentes de maturidade digital e operacional dessas organizações. As áreas de atenção incluem:

• Nuvem: Ao todo, 74% das empresas no Brasil usam a infraestrutura na nuvem em larga escala, enquanto 64% também buscam novas áreas para escalonar e maximizar valor.

• Inteligência da Máquina: Com foco na ampliação das capacidades humanas por meio de tecnologia, 40% das organizações no Brasil já adotaram totalmente os recursos de IA e ciência de dados – um aumento de 20 vezes em relação a apenas 2% três anos atrás – e 24% das organizações planejam expandir suas práticas de IA até 2023.

• Automação em Escala: Apenas 2% das organizações já conquistaram a maturidade nas operações. Um terço (36%) espera alcançá-la até 2023.

• Dados mais inteligentes: Na China, 64% das organizações usam analytics de forma ampla, enquanto 40% planejam expandir seu uso até 2023 – combinando-os a dados diversos – a fim de apoiar processos de tomada de decisão e gerar insights cada vez mais úteis.

• Força de trabalho ágil: No Brasil, 46% das organizações planejam escalonar as estratégias voltadas a uma força de trabalho mais ágil até 2023, permitindo a atração de especialistas a partir de uma base de talentos expandida. Trata-se de um aumento de 11 vezes em comparação com os 4% de hoje.

Ao avaliar o que a Accenture chama de “valor transformacional” – um conceito que leva em consideração o desempenho financeiro e a experiência diferenciada oferecida pela companhia – a pesquisa descobriu que os esforços de progressão para o futuro alcançaram ganhos médios de eficiência de 13,1% e aumento na lucratividade da ordem de 6,4%.

No Brasil, as organizações que avançaram no nível de maturidade operacional ao longo dos últimos três anos relataram melhorias na experiência do cliente (78%), eficiência operacional (68%), velocidade de inovação em produtos e serviços (64%), prazo para comercialização (58%), parcerias dentro do ecossistema (56%), valor de negócios gerado a partir de dados (54%), mix de talentos de funcionários e esforços de requalificação (50%) e engajamento e retenção de funcionários (40%).

O levantamento da Accenture mostra que a adoção de soluções digitais na pandemia e as novas formas mais ágeis de operação, se aplicadas de forma ampla, poderão permitir que as empresas destravem US$ 5,4 trilhões em crescimento rentável. O estudo aponta que quanto maior o nível das capacitações digitais das empresas, como inteligência artificial, nuvem e data analytics, mais maduras essas companhias serão no ambiente de negócios.

As conclusões da Accenture indicam que até mesmo no atual cenário de incerteza econômica, um pequeno grupo formado por empresas espalhadas pelo mundo todo – cerca de 7% – praticamente dobrou a sua eficiência e aumentou em três vezes a lucratividade em relação aos seus concorrentes. No Brasil, as organizações que estão prontas para o futuro (ou “future-ready”, em inglês) devem representar 42% do total de empresas no país até 2023 – um aumento de 21 vezes sobre os 2% atuais.

“Com as incertezas atuais passamos a valorizar ainda mais as formas diferentes e ágeis de fazer as coisas, reforçando a ideia de que as operações podem ser verdadeiras catalisadoras para a vantagem competitiva, valor transformacional e crescimento”, afirma Manish Sharma, diretor geral da Accenture Operations. “Mas isso só dá certo quando as empresas pensam grande – transformando a maneira como o trabalho é realizado em termos de tecnologia, processos e pessoas”, completa o executivo.

A Accenture entrevistou 1.100 executivos de nível sênior no mundo todo, 44% dos entrevistados eram executivos C-suite de 13 indústrias espalhados por 11 países (Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido). O estudo, conduzido em 2020, analisou quatro níveis de maturidade na operação de negócios – estável, eficiente, preditivo e pronto para o futuro.