Ao ser entrevistada pelo jornalista Roberto D’Avila no Aberje Trends, a presidente da SAP Brasil observou que para aprender e absorver novas tecnologias é essencial olhar para o próprio negócio. “Não é a tecnologia pela tecnologia. É o que ela habilita”, disse.
Ao participar de painel em evento promovido pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – Aberje, a presidente da SAP Brasil, Adriana Aroulho, disse que para aprender e absorver novas tecnologias é essencial olhar para o próprio negócio. “Não é a tecnologia pela tecnologia. É o que ela habilita”, afirmou ao jornalista Roberto D’Avila.
Na entrevista, a executiva lembrou ter assumido o comando da operação no Brasil, da SAP em agosto do ano passado, em meio à pandemia do coronavírus. São mais de 1.200 funcionários nos escritórios de São Paulo e Rio de Janeiro. “Do ponto de vista de resultados de negócios, 2020 foi um ano muito forte para a SAP pois as empresas realmente se apoiaram na tecnologia para enfrentar a situação. E a nossa estratégia é ajudar outras empresas a se tornarem mais inteligentes; e o que é uma empresa inteligente? É uma empresa resiliente, que cresce com sustentabilidade, com escalabilidade, segurança, governança; é uma empresa digital mas que se transforma pelas pessoas”, resume a executiva.
Adriana frisou que quando uma empresa otimiza processos, ela abre espaço para o capital intelectual aflorar. “A Inteligência Artificial traz muita automação e uma série de ganhos operacionais, de eficiência para as organizações, mas as grandes ideias são das pessoas. A transformação digital não é mais opcional, é uma jornada para se manter competitivo, atual e atender melhor o seu cliente, para cuidar melhor dos seus colaboradores e dar conta desse ecossistema acelerado pela pandemia. A tecnologia é um habilitador, mas não substitui o humano”, acentua.
Os algoritmos, por sua vez, fazem parte dessa tecnologia disruptiva. “Um exemplo é a vacina da Covid; além de uma série de fatores e questões técnicas, o componente tecnológico foi um dos habilitadores para, em tempo recorde, produzir essa variedade de opções. Mas isso porque tivemos capacidade de tratar volumes de dados, de analisar, de cruzar, de ter alcance, de otimizar toda a logística da pesquisa. Os algoritmos, através dos analíticos avançados, cumprem um papel importante assim como várias outras tecnologias disruptivas, que habilitam uma série de ganhos, mas a transformação é sempre das pessoas”, reforça.
Inovação e diversidade
Para Adriana Aroulho, tecnologia e inovação estão sempre de mãos dadas, assim como inovação e diversidade. “A inovação pede um ‘pensar’ diferente, então a inovação e a diversidade estão super alinhadas”, avalia, citando também as questões de equidade de gênero e de gerações. “Nós prezamos o tema da diversidade, temos compromissos em todos os níveis, global e aqui no Brasil. Nossa agenda é muito forte, começando com a liderança e indo para toda a nossa população. Estamos expandindo a área de atuação em termos de diversidade, com um programa de diversidade para os nossos parceiros, que revendem e implementam as nossas soluções. Esse é um momento em que precisamos exercitar empatia e cuidar das nossas pessoas”, reconhece.
Entre as ações de comunicação, a transformação cultural foi essencial para a abertura ao universo digital. “Mesmo nós que somos uma empresa de tecnologia não tínhamos essa cultura das câmeras, de reuniões e conferências virtuais. No comitê de crise, a área de comunicação foi fundamental, pois muitas vezes não tínhamos respostas, foi preciso encontrar um formato que fosse leve, didático e que mantivesse o engajamento das pessoas”, disse.
Quanto ao modelo de trabalho, Adriana acredita no ponto de equilíbrio híbrido. “O trabalho em ambiente remoto traz alcance, produtividade, mas acredito que nada substitui o contato humano. Aprendemos muito durante a crise e muitas coisas funcionaram até melhor, mas nada substitui os relacionamentos”, analisa, complementando que manter os times engajados é papel fundamental da liderança. “E a gente faz isso com a comunicação, com transparência, com abertura, estando disponível para os times, achando os melhores formatos, o que tem sido um grande aprendizado. Liderança é exemplo para tudo”, completa.