Cristina Palmaka: desenvolvimento sustentável está longe de ser um modismo

Atuar de maneira sustentável e trazer o tripé ESG – ambiental, social e governança – para o centro da estratégia de negócios das empresas não é mais uma opção. Trata-se de uma questão de sobrevivência não apenas das companhias, como também do planeta. Com esta tônica, Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe, abriu nesta quarta (15/09) o segundo dia do SAP NOW 2021, que ocorre totalmente online pelo segundo ano consecutivo. 

“O desenvolvimento sustentável é estratégia, e não modismo ou algo opcional. Hoje, quando falamos de sustentabilidade, não é apenas a responsabilidade ambiental, mas também a compatibilidade das demandas regulatórias e as normas de compliance, que exigem, cada vez mais, uma governança robusta e correta. É também manter uma cadeia de suprimentos alinhada com essas mesmas demandas”, frisou a executiva.

O cenário atual exige empresas e líderes duplamente inteligentes, aplicando tecnologias avançadas e processos práticos para tornar os negócios mais ágeis, integrados e resilientes. Com isso, podem alcançar melhores resultados, mesmo em ambientes adversos. “Ao mesmo tempo, as empresas devem ser inteligentes na forma como aplicam as estratégias de desenvolvimento sustentável. É por isso que decidi adotar a sigla smart, acrônimo, em inglês, para cinco pilares: específica, mensurável, factível, realista e oportuna. O que significa ser smart? É ter uma estratégia de sustentabilidade que deve ser específica para o segmento e momento da sua empresa; e isso não é igual para todos”, explicou. 

E, mesmo quando uma organização tem uma estratégia sustentável específica, a única maneira de saber se ela está funcionando é tendo certeza de que está sendo medida e incorporada aos resultados de negócios. Para medir, é importante que seja factível. Segundo Palmaka, “hoje, temos um enorme facilitador para gerenciar os indicadores de sustentabilidade e ajustar os objetivos ESG em tempo real, se necessário. Trata-se da tecnologia, que é essencial para ajudar as empresas a realizar e medir suas estratégias de sustentabilidade.”

Empresas sustentáveis

Como exemplos, a presidente da SAP América Latina e Caribe destacou a Suzano e a Votorantim Cimentos. A Suzano desenvolveu uma solução para controlar a emissão dos gases do efeito estufa baseada na ferramenta SAP BW on HANA. Batizado de Cockpit GEE, o sistema é um motor de controle de dados da estratégia de mudança climática da empresa e contempla uma série de indicadores que foram previamente mapeados e associados com as metas a serem cumpridas até 2030.

>>> Conheça mais sobre o caso da Suzano 

Já a Votorantim Cimentos está atualizando sua base de fornecedores cadastrados para ter visibilidade sobre a conformidade deles em relação às práticas ambientais e sociais. “O objetivo é realista e oportuno, uma vez que a empresa utiliza a plataforma SAP Ariba desde 2017. O levantamento, ou ‘censo de fornecedores’, vai definir os critérios de contratações de parceiros que tenham priorizado ações de diversidade e de inclusão com impacto social”, detalhou Palmaka, explicando que a companhia já usa critérios de sustentabilidade em seu processo de compras e ressaltando que a tendência é que esse processo fique ainda mais transparente e produtivo com a conclusão do censo. 

Na SAP, ESG está sendo endereçado em três frentes: como habilitadora no desenvolvimento de soluções que permitam a seus clientes atuarem de forma mais sustentável; na cocriação de projetos de inovação; e, internamente, desenvolvendo e criando processos para ser mais sustentável e, assim, ser um exemplo do que prega. 

Em junho, a companhia lançou três recursos para que as empresas possam desenvolver e monitorar políticas de sustentabilidade em seus negócios: um voltado para o rastreio da pegada de carbono no processo produtivo; outro que mapeia as escolhas sustentáveis de design no ciclo de produtos e o SAP Sustainability Control Tower, para monitoramento e estabelecimento de métricas de  ESG nas empresas. 

“Com o nosso portfólio de aplicativos, baseados em nossa experiência no setor e na ampla rede de conhecimento na nossa base de dados, pretendemos reduzir as emissões de carbono, desenvolver iniciativas de economia circular, auxiliar nas conformidades regulatórias e criar uma excelência operacional e de inovação com crescimento responsável e no tempo certo. É assim que conseguimos manter a sustentabilidade com objetivos específicos, bem mensuráveis, factíveis e realistas”, disse Palmaka.