Diversidade e inclusão têm o apoio efetivo das lideranças da SAP

É preciso que os projetos de inclusão e diversidade nas empresas contem com um padrinho, um patrocinador, um líder capaz de torná-los efetivos. Esta foi a tônica do SAP Experience para Diversidade e Inclusão, que reuniu Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe, Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil, Gustavo Glasser, da Carambola e a ativista Ana Clara Moniz, em uma conversa mediada por Diego Sarza, jornalista do UOL, na última sessão do SAP NOW 21. 

“Tem de fazer com que a liderança se entenda como parte do problema. Hoje, [os líderes] querem a solução e não se entendem como parte do problema de haver falta de diversidade nas empresas. O que tem sido efetivo são ações que os coloquem como parte do problema. Não dá para esperar solução fazendo do mesmo jeito. A responsabilidade não pode estar em quem está fora, mas tem de preparar quem está dentro”, enfatizou Glasser, homem trans fundador da Carambola, cujo objetivo é incluir minorias – mulheres, negros, LGBTI+ e pessoas com necessidades especiais – no mercado de TI. 

Segundo ele, o mercado de tecnologia ainda é muito distante para muita gente. “As empresas estão falando da transformação digital, mas não existe transformação digital sem falar de diversidade”, disse, acrescentando que ou se traz a diversidade ou não se conseguirá preencher as milhares de vagas que seguem abertas no mercado de tecnologia da informação.

“Eu sinto uma responsabilidade enorme. Sinto-me privilegiada de ter sucedido a Cristina Palmaka no Brasil. São muitas jornadas, e a liderança tem papel fundamental, somos responsáveis por isso”, apontou Adriana Aroulho, presidente da SAP Brasil. 

Aroulho contou que a SAP tem um comitê de diversidade e inclusão do qual ela é a sponsor e que junta todas as redes. Também foi criado o programa dos embaixadores para ter representantes das iniciativas de diversidade e inclusão nas diferentes áreas da companhia. “Também é importante ter canais de escuta e de denúncia; e fazemos pesquisa para avaliar o clima. Fizemos uma chamada free to be me”, detalhou. 

A estudante de jornalismo e ativista Ana Clara Moniz, de 21 anos, ressaltou que as pessoas com deficiência sofrem no mercado de trabalho, principalmente, por falta de representatividade na mídia e na sociedade.

“Hoje gera estranhamento não ter mulher, negro, pessoas da comunidade LGBTQI+, mas ainda é normal não ter pessoa com deficiência”, enfatizou. “Onde estão as pessoas com deficiência? Quantos amigos com deficiência vocês têm? Já se relacionaram com algum? Trabalharam juntos? E, se trabalharam, as pessoas com deficiência estavam em cargos superiores, de liderança?” A jovem nasceu com  Atrofia Muscular Espinhal (AME), uma doença genética caracterizada por perda de musculatura.

Este incômodo precisa ser causado para que algo possa mudar. Com as redes sociais, Ana Clara e outras pessoas têm alcançado mais espaço e conseguido furar a bolha. É, segundo ela, um começo, mas ainda se está muito longe de poder celebrar. “É importante ver pessoas com deficiência ocupando espaços para que se construam rampas, acessibilizem a linguagem”, disse. 

As empresas precisam criar ferramentas objetivas para passar barreiras, mas como criar processo e ferramentas? Palmaka usou o exemplo da SAP para responder a esta questão. De acordo com a presidente da SAP América Latina e Caribe, a empresa trabalha muito nas ações afirmativas, para saber onde está o problema e buscar a inclusão, tendo zero tolerância a qualquer tipo de agressão. “E a tecnologia tem papel fundamental para ajudar a tirar vieses. Em tecnologia, a diversidade é ainda mais importante porque são muitos caminhos, traz perspectivas diferentes.”