Retomada das atividades terá de ir muito além do negócio

Executivos da Klabin, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Usiminas e Lojas Marisa dizem que volta ao trabalho passa por garantir integridade física e mental dos colaboradores.

A retomada das atividades econômicas será necessária, mas, para a maioria dos líderes de empresas, ela deverá acontecer de forma gradual e com foco total na integridade física e mental de colaboradores. Esse foi o consenso do painel sobre contingência em operações logísticas realizado no quarto dia do SAPPHIRE NOW Reimagined. Com a mediação de Eliseo Bouzan, head da Área de Supply Chain da SAP Brasil, o painel contou com a participação de executivos da Klabin, CBMM, Usiminas e Lojas Marisa.

Claudio Franco, gerente de TI da Klabin, disse que, talvez nos próximos dois meses, a empresa inicie a retomada mais plena das atividades. Franco garantiu que tudo será feito de forma gradual e com o máximo de cuidado com os colaboradores. Embora os prazos ainda sejam incertos, o gerente de TI da Klabin afirmou que o importante é manter a cadeia de informação, eletronicamente e em outros canais, para que todos estejam muito próximos.

“Todos na Klabin estão acompanhando os movimentos de mercado. No processo de retomada, vemos como crucial manter o distanciamento físico, fortalecer a higienização com foco na gestão de operações e se preocupar muito com o abastecimento das fábricas. Na volta, teremos muito cuidado com os colaboradores, que sofreram um impacto muito grande com o isolamento, diante da preocupação de perder seus empregos. Então é muito importante manter uma comunicação constante com esse público, conversar e oferecer suporte psicológico”, explicou Franco.

Para Daniel Lopes Martins, CIO da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), a retomada das atividades em unidades físicas de forma mais intensa não é prioridade ainda. Segundo Martins, algumas empresas terão uma volta mais acelerada, como as de varejo, outras não. O CIO da CBMM afirmou que o foco no momento é manter a operação atual e dar apoio a todos funcionários e familiares, que estão passando por uma prova de resiliência.

“Acreditamos que haverá impactos econômicos no mundo inteiro e reflexos mais intensos no Brasil. Quando voltarmos ao nível de atividades, que será feito de forma diferente, é preciso agir de forma gradual e com muita cautela. Possivelmente, no nosso caso, essa retomada vai ser diferente de acordo com a situação em cada estado”, detalhou Martins.

Os níveis de demanda e o momento da recuperação de atividade econômica não estão claros na opinião de Ivan Lage De Araújo, Diretor Corporativo de TI na Usiminas. Para Araújo, a convivência com o vírus vai durar muitos meses até que surja a solução definitiva, a vacina. Ele destacou que, em qualquer cenário, as medidas de proteção direcionada às equipes de colaboradores adotadas na primeira fase da pandemia são fundamentais e serão mantidas no momento da retomada, como o uso de máscaras, medição de temperatura corporal e distanciamento físico.

“Junto com a Fundação São Francisco Xavier, braço de atuação social da Usiminas, com foco em saúde e educação, vamos adquirir testes. Na visão da empresa, testar é uma ação fundamental para ter um diagnóstico precoce de eventuais focos de contaminação, poder isolar e tratar”, afirmou Araújo.

Jefferson Nogueira, Head de TI das Lojas Marisa, disse que a rede está na primeira etapa da retomada, com a abertura de 20 lojas nas últimas duas semanas e a previsão de reabrir até 30 lojas nas próximas semanas. Nogueira destacou que, nessa primeira etapa, também feita de forma gradual, é importante observar se as lojas estão em regiões que têm permissão jurídica para funcionar, o que varia entre estados e municípios, e como se comporta o comercio na área em que a loja está localizada. Outro ponto fundamental, para Nogueira, é a saúde das equipes das lojas, com a distribuição de equipamentos de proteção individual.

Apesar de já temos iniciado a retomada, as lojas não estão abrindo nas mesmas condições de antes da pandemia. Há diferenças de horários, e o público não está se comportando com a mesma intensidade. Nossa expectativa é que a margem de vendas volte até dezembro. Ao longo do segundo semestre, acontecerá a segunda etapa da retomada, com as lojas funcionando com horários e capacidade de antes da crise”, explicou Nogueira.