SUSE aposta na simplificação para aumentar produtividade e diminuir custos de clientes

Empresa mantém as metas de crescimento para 2020 e enxerga Brasil como mercado prioritário na América Latina e aposta nas aplicações de Inteligência Artificial e machine learning para a construção do futuro.

A pandemia de Covid-19 não mudou os planos de crescimento da SUSE no mundo, muito menos no Brasil. Melissa Di Donato, CEO da SUSE, afirma que a meta é dobrar a receita global até 2023, chegando a US$ 1 bilhão. Embora não possa abrir os dados de faturamento no Brasil, Cristiana Maranhão, presidente da SUSE Latam, disse à Agência SAP NOW, afirma que persegue a mesma lógica de crescimento global da empresa na América Latina, sobretudo, no Brasil.

A executiva ressalta que, na América Latina, o mercado brasileiro representa 50% dos negócios da multinacional alemã de soluções de código-fonte aberto e enxerga muitas oportunidades de expansão no país. “A tecnologia continua se expandindo em cenários de crescimento ou retração, porque ela viabiliza o aumento de receitas e a diminuição de custos. Continuarmos, portanto, mantendo nossas metas de crescimento no mundo e no Brasil”, diz Cristiana.

Para a presidente da SUSE Latam, a pandemia de Covid-19 acelerou o processo de transformação de negócios. Ela observa que não houve apenas uma digitalização, mas uma transformação imediata que obrigou líderes de times de TI e negócios a testarem sua capacidade no limite.“Não estamos mais na era da digital transformation, é business transformation. Os negócios não serão mais como eram antes da pandemia. A tecnologia é um meio para essa transformação, mas a lideranças são determinantes para que os negócios possam atender novas demandas”, afirma Cristiana.

Nesse contexto, a SUSE, criada em 1992, quer se posicionar como um parceiro da SAP que pode ajudar os clientes na jornada de transformação do negócio. São vinte anos de parceria com a SAP em coinovação para simplificar o dia a dia do cliente. A meta é simplificar, com a adoção de ferramentas de gestão para ambientes híbridos que permitem total transparência da infraestrutura. Cristiana resume como a modernização por contêineres (pacotes de software mais leves que contêm códigos e ferramentas necessários para desenvolver uma aplicação).

Outra aposta da SUSE no mundo e no Brasil está nas aplicações de inteligência artificial (IA) e machine learning, ou aprendizado de máquinas. Cristina afirma que a SUSE já desenvolve soluções de gestão de infraestrutura para aplicações de IA e machine learning, dois pilares para a construção do futuro em negócios.

Ao assumir, em janeiro, a presidência da SUSE Latam, Cristiana mapeou o mercado brasileiro e identificou que os maiores clientes da SUSE estão no varejo e no setor financeiro, mas todos ainda têm muito a crescer em termos de adoção de plataforma de código aberto. Em geral, Cristiana explica que os clientes podem ser divididos em quatro estágios com relação a adoção das plataformas de código aberto. No Brasil, ela acredita que 80% ainda podem ser considerados tradicionalistas, ou seja, os que estão no início da jornada.

Simplicidade como meta

“Na SUSE, essa jornada apresenta três etapas: simplificar, modernizar as aplicações e acelerar os serviços para os clientes finais. A simplificação da gestão dos ambientes é fundamental para que o cliente possa aumentar a produtividade e diminuir custos”, afirma Cristiana. Em maio, a SUSE divulgou pesquisa “How Today’s IT Leaders are Daring to be Different”, que traz o resultado de mais de duas mil entrevistas com líderes de TI e de aplicativos em empresas acima de 250 funcionários em 22 países.

Para 2/3 desses entrevistados, a simplificação da infraestrutura é prioridade para os próximos dois anos. Mais da metade dos entrevistados considera fundamental acelerar as transformações digitais. Embora o estudo não inclua empresas da América Latina, Cristiana diz que, a partir de conversas com os clientes da SUSE na região, os líderes de TI têm visões muito parecidas sobre a simplificação da infraestrutura.

Como o próprio símbolo, o camaleão, a SUSE quer se posicionar como a maior provedora de software de código-fonte aberto independente para suprir a necessidade de empresas de diversos portes e ambientes de gestão de infraestrutura. Segundo Cristiana, a SUSE não abre mão de ressaltar a independência, porque seus concorrentes estão sob o controle de empresas de software proprietário.

Cristiana Maranhão ressalta que a comunidade de software de código-aberto permite uma velocidade maior na inovação e também destaca o pioneirismo da SUSE em ambiente cloud, no início dos anos 2000. Ela lembra que a empresa está entre as mais atuantes na comunidade de Cloud Foundry, plataforma de aplicativos de nuvem híbrida de código aberto.