Desenvolvimento sustentável: planeta melhor é responsabilidade de cada um de nós

O desenvolvimento sustentável é caro porque os produtos originados são uma inovação e precisam ganhar escala e ter a adesão maior da sociedade de consumo, afirmou Oskar Metsavaht, empresário, designer e ativista ambiental, ao participar do debate Guardiões do futuro: toda ação conta para preservação da vida, mediado pela diretora de Comunicação e Investimento Social Privado e Coordenadora do Comitê de Sustentabilidade da SAP Brasil, Luciana Coen, e com a participação de Marcos Palmeira, ator e empreendedor de produção orgânica.

Desejo de transformação foi o que levou Marcos Palmeira a mudar a sua própria visão e investir na produção de orgânicos. Para ele, o ponto chave foi entender que preservação por si só não protege a natureza, uma vez que preservar é deixar como está. A produção sustentável significa usar a terra da melhor maneira e tirar proveito dela para reduzir a fome do planeta.

“Lucro não é incompatível com o desenvolvimento sustentável, mas é preciso ‘pensar fora da caixinha’ para entender que usar agrotóxico ou produzir transgênicos não vai escrever uma história de futuro. A terra vai morrer e não haverá mais produção. Quando o agrotóxico surgiu, disseram que a fome ia acabar no mundo e, infelizmente, estamos vendo que não acabou”, pontuou Marcos Palmeira.

Oscar Metsavaht observou que as empresas estão mais avançadas do que os consumidores e os próprios governos, bastante atrasados na questão do sustentável. Segundo ele, hoje, os custos da inovação e do desenvolvimento sustentável estão concentrados nas empresas. “O consumidor não participa com a parte dele, que é de pagar um pouco mais para incentivar aquele produtor/empresa que está fazendo algo sustentável. E os governos não conseguem rever suas políticas de incentivos para apostar no novo e deixar os projetos antigos e já beneficiados para trás”, reforçou o ativista ambiental.

Tecnologia e gestão sustentável dos negócios

A diretora de Comunicação e Investimento Social Privado e Coordenadora do Comitê de Sustentabilidade da SAP Brasil, Luciana Coen, lembrou que a SAP desenvolve um projeto, batizado de Bauana, que implementou software de gestão em uma produção comunitária da Amazônia, como forma de aliar tecnologia à gestão sustentável dos negócios.

Medida aplaudida por Oscar Metsavaht e por Marcos Palmeira. “O sustentável é isso: unir a tecnologia, como a SAP fez, com o conhecimento de cada localidade produtora. A transformação são projetos de visões de médio e longo prazo”, adicionou Metsavaht. O ativista ambiental reforçou a ideia que fazer sustentabilidade é possível e orientou: comece com investimento de 1% nessa produção sustentável de forma transparente e ética.

“Vai ter crítica porque é só 1%? Vai. Mas é assim que se transforma a sociedade. Se der certo, pule para 2%, que vão equivaler a 100% do projeto sustentável. Estamos vivendo um momento de transição. São 200 anos de revolução industrial e não vamos migrar para uma economia verde de um dia para o outro. É aos poucos que vamos fazer”, pontuou Metsavaht.

Fazer a sua parte e não paralisar diante da destruição é também a recomendação dada por Marcos Palmeira. “Enfrentar o medo, a paralisia é fundamental para se construir um ecossistema sustentável. Tem de acabar com os estigmas dos ‘reis do gado, do café e outros’. O reinado é construído por todos. Cada um somando a sua parte. Nós somos responsáveis por todos. Só assim teremos um planeta melhor.”